Moro articula para aprovar reforma da Previdência no Senado
Guilherme Mazieiro
03/10/2019 19h30
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro – Pedro Ladeira/Folhapress
Ao contrário de Jair Bolsonaro (PSL) que não se envolveu com as articulações para aprovar a Previdência, o ministro Sergio Moro (Justiça) atuou diretamente na tramitação da proposta no Senado.
O ex-juiz federal ligou ontem (02) para o senador Alvaro Dias (Podemos – PR), para pedir que ele retirasse um destaque (pedido de votação em separado de trechos do projeto) da pauta e agilizasse a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
O destaque do senador visava suavizar as regras de pedágio – tempo que o trabalhador prestes a se aposentar precisará cumprir para deixar o serviço. Se aprovado, o dispositivo teria impacto entre R$ 80 bilhões e R$ 109 bilhões na Previdência.
Moro disse ao parlamentar que com a mudança, o valor da economia seria menor do que o governo projeta. Outro argumento do ministro foi de que essa alteração obrigaria o texto a voltar para nova votação na Câmara, o que atrasaria a validação das novas regras.
Ambos do Paraná, Alvaro Dias é colega do ex-juiz da Lava Jato e um dos principais defensores da operação no Senado. Além de Moro, o senador negociou com outros líderes da Casa para retirar a proposta de votação.
O Senado aprovou o texto-base da reforma na madrugada de quarta-feira (02). O texto foi desidratado e deve gerar economia de cerca de R$ 800 bilhões, em dez anos. Na quarta pela manhã, os senadores votaram outras propostas sobre o projeto que aumenta o tempo de contribuição ao INSS.
A segunda votação da proposta deve ser concluída na segunda quinzena de outubro, segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Se aprovado, seguirá para sanção de Jair Bolsonaro.
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