Senador leva bronca por falar de jogo do Flamengo em sessão
Hanrrikson de Andrade
15/10/2019 14h48
O presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), Omar Aziz, esbravejou hoje com colegas que, durante a reunião para votar o projeto que divide os recursos do megaleilão do pré-sal, conversavam sobre "o jogo do Flamengo", segundo ele.
Aziz é o relator da proposta e, por esse motivo, saiu da presidência momentaneamente a fim de ler o seu parecer. Durante a discussão da matéria, Esperidião Amin (PP-SC) fez uma breve interrupção. E ouviu:
Só um minutinho. Por favor, senador [em referência a Amin]. Eu estava lendo o relatório e vossa excelência, junto com o senador Flávio [Bolsonaro, do PSL-RJ], ficou batendo papo alto e comentando, falando sobre o jogo do Flamengo
Omar Aziz
A reclamação ocorreu no momento em que os parlamentares debatiam se havia ou não um acordo de líderes para que o projeto fosse votado hoje de manhã na comissão e, à tarde, no plenário.
Mencionado pelo botafoguense Aziz, Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), é torcedor do Vasco da Gama, rival do Flamengo. No último fim de semana, o Rubro-Negro, líder do Campeonato Brasileiro, venceu o Atlhetico por 2 a 0, em Curitiba, e abriu oito pontos de vantagem para o segundo colocado (Palmeiras).
Amin respondeu que não estava alheio à discussão, e sim "comentando a clareza do relatório". "Vamos marcar uma reunião. A gente janta e bate papo", retrucou o relator.
Aziz defendia que, efetivado o acordo, não caberia a apresentação de emendas, isto é, propostas de modificação no texto. Ele ameaçou retirar o projeto de pauta, o que não seria bom para nenhum estado ou município, já que atrasaria a definição do rateio do megaleilão –marcado para o dia 6. A previsão de arrecadação de R$ 106,6 bilhões.
No entanto, após o impasse, os senadores chegaram a um consenso e aprovaram o projeto na CAE por 23 votos favoráveis e nenhum contrário. Do total obtido, será descontado o valor devido à Petrobras. Os recursos restantes serão divididos entre a União (67%), os estados (15%), o Rio de Janeiro (3%) e os municípios (15%).
O aval da Casa ao texto que veio da Câmara abre caminho para a votação em segundo turno da reforma da Previdência, prevista para semana que vem.
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