Bolsonaro descarta Michelle como embaixadora de programa por medo de fuxico
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) descartou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, atuar oficialmente como embaixadora de algum programa do governo federal, ao ser questionado pelo UOL sobre o assunto, uma vez que ela está envolvida com projetos sociais. O presidente explicou ter medo de que ela possa ser criticada, às vezes de maneira injusta, defendeu.
"Não, não, não. Ela está no grupo de voluntárias, então está nessa situação aí. Há pouco um jornal deu uma paulada nela porque ela teria gasto R$ 300 mil numa reforma. Quem reformou o prédio lá foi o Osmar Terra [ministro da Cidadania]. Ela não tem esse poder. E o Osmar Terra, ao gastar R$ 300 mil, está economizando R$ 7 milhões por ano, porque trouxe partes de seu ministério, que estava alugando imóveis aí fora", disse.
No caso, o presidente se refere à publicação do jornal O Globo de que o governo gastou R$ 328,8 mil para reformar uma sala que abriga Michelle e equipe do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado. O espaço fica no mesmo prédio de áreas dos ministérios da Cidadania e dos Direitos Humanos.
Michelle atua como voluntária em ações da pasta comandada por Osmar Terra (MDB), de quem se aproximou. Não recebe salário mensal nem tem obrigação de cumprir horário fixo todos os dias. Há anos, bem antes de Bolsonaro assumir a Presidência, Michelle já atuava em iniciativas na igreja que frequentava no Rio de Janeiro. Em especial, com deficientes auditivos.
"Descarto [oficializá-la] porque vai ter falatório, fuxico. Eu até louvo que minha esposa…louvo ela se dedicar a isso, que não é de agora. Ela mexia com surdos há muito tempo já na igreja. A filha dela já sabe se comunicar em Libras, o básico. Fiquei muito emocionado que no Dia dos Pais minha filha de oito anos na escola tinha uma canção lá que ela traduzia em linguagem de Libras, está certo? É a vida da gente aí", completou Bolsonaro.
A antecessora de Michelle na posição de primeira-dama, Marcela Temer, também se envolveu com projetos sociais durante o mandato do marido, Michel Temer (MDB). Na época, ela foi designada embaixadora do projeto Criança Feliz, sob o guarda-chuva de Osmar Terra, voltado a cuidados na primeira infância. Assim como Michelle, Marcela era voluntária.
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